Julgamento no STF

Hacker confirma ordem de Zambelli para invadir sistema do CNJ

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O hacker Walter Delgatti confirmou à Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara, nesta quarta (10), que a deputada federal Carla Zambelli (PL) mandou que ele invadisse o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Delgatti alegou que Zambelli “exerceu comando direto sobre os crimes” e que, “se não fosse pela deputada”, ele “nunca teria invadido o sistema”.

O hacker presta depoimento na CCJ como parte da oitiva que avalia a cassação do mandato de Zambelli. Os dois foram condenados pela invasão ao sistema, e participam da sessão de forma on-line da cadeia.

Ao ser questionado pelo presidente da Comissão da Câmara, Paulo Azi, Delgatti disse que a deputada prometeu que conseguiria um emprego para ele cometer o crime, e que, caso a invasão fosse revelada, ela se responsabilizaria.

“Ela disse que eu precisaria acessar qualquer sistema. No dia em que ela pediu que eu invadisse, ela disse, que caso eu fosse pego, pode falar que ‘fui eu que mandei’. Ela me deu essa garantia, que responderia por isso”, disse Walter Delgatti.

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Ele também disse que foi a deputada quem aprovou a inserção de um mandado de prisão contra o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, no sistema do CNJ. O documento serviria para provar que o sistema era vulnerável, corroborando para a tese de que as eleições de 2018 foram fraudadas.

Delgatti negou que teria se beneficiado ao denunciar o crime e disse que estaria falando a verdade “porque se arrependeu” de ter se envolvido com a deputada.

Durante o depoimento, Zambelli questionou as falas do hacker, levantando possíveis questões de saúde mental que o levariam a mentir. A deputada perguntou, por exemplo, quantos medicamentos do tipo venvanse que Delgatti já tinha tomado em um dia. Ela também questionou o porque do hacker ter inserido outros 15 mandatos, além daquele que tinha Moraes como alvo.

Cassação de Zambelli

Zambelli, que estava foragida da Justiça desde que deixou o Brasil, em maio, foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça junto ao hacker Walter Delgatti. Os ministros também determinaram que ela perca o mandato. No entanto, a decisão precisa ser oficializada pela Câmara.

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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou a cassação para a CCJ, onde a relatoria ficou a cargo do deputado federal Diego Garcia (Republicanos-PR). Depois de passar pela CCJ, o parecer de Garcia deverá ser votado pelo plenário da Câmara para tornar a perda de mandato definitiva.

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