O presidente estadual do Partido Liberal (PL) em Mato Grosso, Ananias Filho, avaliou como “precipitada” a articulação política entre o senador Wellington Fagundes (PL) e o MDB, conduzida por meio da deputada estadual Janaína Riva (MDB), nora do parlamentar. Segundo ele, o movimento poderia ter ocorrido “aos 45 do segundo tempo”, evitando desgastes e leituras equivocadas dentro do grupo bolsonarista.
A declaração foi dada à Rádio Cultura FM, em entrevista neste domingo (26), quando o dirigente analisou o cenário político estadual e comentou o apoio manifestado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos).
“Naquele momento, sim, não precisaria ter extrapolado essa aliança, visualizado tão claramente. É uma aliança que poderia ser feita nos 45 do segundo tempo”, afirmou Ananias.
Segundo o dirigente, a aproximação de Wellington com o MDB foi usada como narrativa para justificar o afastamento de parte do grupo bolsonarista, mas não foi o fator determinante para a preferência de Bolsonaro por Pivetta.
“Eu acho que pode ser a narrativa criada, mas não o motivo principal. Às vezes, uma unha encravada é o motivo que se usa para justificar a separação. Isso foi a gota d’água, mas não a causa”, pontuou.
Apesar da crítica, o presidente estadual do PL fez questão de reconhecer o peso político de Janaína Riva, destacando sua capacidade de articulação e liderança no cenário mato-grossense.
“A Janaína é uma líder muito considerável no Estado. Ninguém discute a liderança dela, a inteligência e a capacidade de articulação que tem”, destacou.
Ananias também afastou a ideia de que a relação familiar entre Wellington e Janaína interfira na atuação política da deputada. Segundo ele, “Janaína é uma liderança independente” e mantém autonomia em suas decisões partidárias.
Nos bastidores, a fala de Ananias busca amenizar os impactos internos da divergência e preservar a coesão do PL, que tenta reorganizar sua estratégia para as eleições de 2026.



























