O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou uma lei marcial de emergência e acusou a oposição do país de controlar o Parlamento, simpatizar com a Coreia do Norte e paralisar o governo com atividades consideradas antiestatais.
O gesto gera uma crise institucional no país, pois o movimento pode abrir caminho para um golpe de Estado. Pela lei marcial, as atividades do Parlamento são suspensas, por tempo indeterminado.
Pessoas podem ser presas sem mandado judicial e a imprensa e os meios de comunicação podem ter seu conteúdo controlado pelo governo.
Horas depois do discurso, o Parlamento se reuniu e votou pela derrubada da lei marcial, que considerou como tentativa de golpe de Estado. Havia 190 deputados presentes, de um total de 300, e todos foram a favor do fim da medida.
Pela Constituição, o Parlamento tem este direito. No entanto, a lei marcial havia suspendido as atividades parlamentares, o que coloca o país em uma situação delicada.
Após o discurso de Yoon, militares foram até a sede do Congresso e tentaram barrar a entrada de parlamentares.
No entanto, uma multidão contrária à medida do presidente foi até o local. Parlamentares e jornalistas conseguiram acesso ao prédio. A situação ainda está indefinida.
Crise na Coreia do Sul
Geralmente, a lei marcial é usada em tempos de guerra. A Coreia do Sul tecnicamente continua em guerra com a Coreia do Norte.
Um cessar-fogo foi assinado em 1953, mas a guerra nunca foi encerrada oficialmente.
A Coreia do Sul não adotava uma lei marcial desde 1979. O país foi governado por ditaduras ou governos autoritários até 1987.